Desafios e perspectivas das populações atingidas frente à crise climática: Fundo Amazônia fortalecendo ações de adaptação territorial
Entre os dias 12 a 14 de novembro de 2025 em Belém (PA), 193 atingidos e atingidas de comunidades da Amazônia, que estão sendo beneficiadas pelo projeto “Produção Sustentável em comunidades atingidas da Amazônia”, conforme contrato de aplicação não reembolsáveis nº 24.2.0365.1, firmado entre a ADAI e BNDES, participaram do Seminário Amazônico “Desafios e perspectivas das populações atingidas frente à crise climática: Fundo Amazônia fortalecendo ações de adaptação territorial”.


O seminário reuniu atingidos e atingidas dos diferentes territórios do Bioma Amazônico, onde o projeto está sendo implementado. Participaram também atingidos e atingidas de outros estados do Brasil que estavam em Belém para participar das atividades da COP 30 e da cúpula dos povos. No seminário, foram debatidos aspectos relacionados aos impactos dos grandes projetos nos territórios, a violação de direitos e a necessidade de busca de projetos e políticas públicas para a mitigação dos impactos frente a crise climática. Para tanto, foi apresentado o projeto em andamento em parceria com o Fundo Amazônia que dialoga na perspectiva de ações positivas frente ao cenário colocado.
Além da participação no seminário amazônico, os atingidos/as participaram de atividades que aconteceram na Cúpula dos povos entre os dias 15 e 16 de novembro de 2025. Tal participação, garantiu que os territórios atingidos pudessem acompanhar de perto os debates, contribuir com suas experiências e integrar as atividades políticas da programação. Para muitas dessas famílias, a Cúpula representou um espaço fundamental de visibilidade, troca de experiências e fortalecimento da organização frente aos desafios enfrentados em seus locais de origem.
Os atingidos participaram de outras atividades principais durante a Cúpula dos Povos:
1. Marcha Global pelo Clima
Ato massivo que reuniu cerca de 70 mil pessoas, incluindo povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e movimentos sociais. O percurso de 5 km levou pautas relacionadas a crise climática, as denúncias contra os grandes projetos nos territórios e a necessidade de uma busca coletiva de soluções frente ao cenário colocado.
2. Barqueata
Ato de abertura da Cúpula, reunindo cerca de cinco mil pessoas em mais de 300 embarcações na Baía do Guajará. A barqueata levou mensagens de resistência e denúncia das falsas soluções climáticas, celebrando a força dos povos das águas e da Amazônia.


3. Encerramento do Encontro Internacional
Lançamento de um movimento internacional de atingidos por barragens e crise climática, reunindo organizações dos cinco continentes. A iniciativa fortalece a articulação global em defesa de direitos, soberania energética e enfrentamento a empresas e crimes socioambientais.
Além dessas três atividades, os atingidos participaram de outros dois debates, que se relacionam com os objetivos do projeto:




1. Seminário de Transição Energética na Cúpula dos Povos
Debate central sobre um modelo de energia justa e popular, com movimentos sociais, sindicatos e organizações internacionais. O seminário reforçou que a transição para fontes limpas precisa ser conduzida por trabalhadores, populações atingidas e povos dos territórios, defendendo soberania, justiça ambiental e energia como direito social. Nesse debate, foram apresentadas as experiências que vêm sendo implementadas, tendo como foco, o atual projeto com o Fundo Amazônia, onde um dos eixos perpassa por esse tema da energia, a partir do uso de fontes alternativas e todo o debate acerca do modelo e a necessidade de uma mudança para construção de um projeto energético justo e popular.





2. Seminário de Saúde na Cúpula dos Povos
Encontro que reuniu atingidos de vários países para debater saúde e violências nos territórios. A parceria entre MAB e Fiocruz destacou a importância de diagnósticos de saúde das populações atingidas e a construção de políticas públicas voltadas à proteção e cuidado dessas comunidades.
Portanto, o seminário amazônico foi um espaço importante de discussão sobre a crise climática a nível local, regional, nacional e internacional, também possibilitou a compreensão sobre o conceito de atingido, do ponto de vista dos impactos relacionados a implementação de projetos de mineração, agronegócio, barragens, de infraestruturas de logística entre outras, assim como, pelos impactos da crise climática, ou seja, uma compreensão muito mais ampla do que é ser atingido e que envolve uma imensa população que sofre com os impactos e que precisa ser reconhecida como atingida. As experiências de projetos e políticas públicas que vem sendo implementadas contribuíram nos debates, uma vez que há a necessidade de fortalecer essas experiências nos territórios para garantir os direitos dessas populações atingidas. E para tanto, ressaltou-se a importância desse projeto com o Fundo Amazônia, que dialoga com o acesso a recursos para o fortalecimento das ações produtivas, de preservação do bioma, assim como, a conscientização das famílias e da sociedade para a necessidade urgente de ampliação e fortalecimento de ações de mitigação e adaptação das populações frente ao atual cenário de crise climática.






