Comunidades atingidas se reúnem para debater o plano de trabalho da Assessoria Técnica no Espírito Santo
No período de 04 de fevereiro a 22 de julho de 2019, as comunidades atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão dos territórios de Aracruz e Serra, Terras indígenas Tupiniquim Guarani, Linhares, Regência, Povoação, Colatina e Marilândia, Baixo Guandu e Macrorregião Litoral Norte, se encontraram para debater, propor e se aprofundar no plano de trabalho de assessoria técnica. As reuniões aconteceram com a presença do Fundo Brasil de Direitos Humanos, expert do Ministério Público Federal (MPF).
Os espaços de construção coletiva dos planos foram de grande riqueza para a ADAI e para os atingidos e atingidas, que buscaram ao longo de todo o processo garantir a ampla participação na elaboração dos planos de trabalho.
As reuniões contaram com uma metodologia que garantisse uma linguagem acessível a todos e todas, zelando pela compreensão dos temas e o espaço de fala de atingidos e atingidas de todos os graus de instrução. Os principais temas discutidos foram:
- O que é Assessoria Técnica e o que os atingidos e atingidas esperam. Quanto a isso foram apontados que esperam que a assessoria possa ajudar na solução dos problemas com renda, indenização, saúde e ter profissionais que estejam à disposição da comunidade.
- Apresentação de como funcionará a Assessoria e o papel dos atingidos dentro desse processo.
- Escuta dos problemas: Utilizando a metáfora da árvore dos problemas, os atingidos foram escrevendo e/ou falando quais os problemas foram causados pela lama de rejeito, os mais citados foram: Perca da renda, conflitos nas comunidades, doenças físicas e mentais, contaminação da água, destruição das relações familiares em virtude da dificuldade financeira, problemas na pesca, destruição do lazer e tantou outros problemas causados por este desastre.
Após o momento de escuta das expectativas sobre o trabalho da assessoria técnica e os problemas enfrentados após a chegada da lama de rejeito, foi apresentado para a comunidade de forma detalhada e com linguagem acessível os elementos dos planos de trabalho: Objetivo geral e específico, a metodologia, as consultorias especializadas da Saúde, Jurídico, Social e Econômico, Ciência Agrária e Ambiental e Formação, além da equipe técnica e quais as áreas de atuação.
Os atingidos reafirmaram a importância da assessoria técnica para ajudá-los no processo da reparação dos direitos violados e da urgência em colocar as assessorias em campo.
Esse processo de retomada aos territórios para dialogar com o atingido as necessidades locais foi de grande importância para garantir que os planos de trabalho reflitam a realidade de cada local, o que só foi possível ouvindo e contemplando os pleitos dos atingidos nos planos de trabalho.