20230601_Romaria da terra


Durante o mês de maio, as cidades de Baixo Guandu, Colatina e Linhares receberam os seminários temáticos que deram início à programação da 6ª Romaria das Águas e da Terra. Os encontros foram promovidos pela Diocese de Colatina nesses municípios capixabas afetados diretamente pela lama que poluiu completamente o Rio Doce.  Entre os objetivos do debate estão temas relacionados ao meio ambiente, com destaque para o rompimento da barragem com rejeitos de minério em Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015, foi central para o diálogo com as comunidades e populações atingidas. 

Com o tema “Bacia do Rio Doce, nossa casa comum” e o lema “No princípio, o Espírito de Deus pairava sobre as águas”, a sexta edição do evento foi organizada pela Diocese de Colatina como um processo de conscientização, mobilização e participação das comunidades de fé e de toda a sociedade no sentido de olhar a vida humana e o planeta dentro de uma mística de cuidado e fraternidade. Junto dessa construção a Adai foi convidada pelo Bispo Dom Laurindo para estar presente e ser parte dos espaços de mesa durante os seminários.  

O Bispo de Colatina, dom Lauro, disse que acolheu a solicitação da Romaria na Diocese de Colatina com muita alegria, sendo essa a primeira vez que uma edição da Romaria das Águas e da Terra é realizada no Espírito Santo. “Nós não poderíamos ficar de fora, pois o Rio Doce atravessa toda Diocese. Acolhemos a proposta e houve entusiasmo dos padres e colaboradores mais próximos. O evento é um processo de mobilização, conscientização e aprofundamento dos assuntos relacionados ao Rio Doce. Aqui na cidade muitos são os atingidos, mas nem todos têm a mesma consciência do que significou o desastre, que é a maior tragédia socioambiental do Brasil […] Precisamos de outras perspectivas, de uma ecologia integral, que é apresentada pelo Papa Francisco no encíclica Laudato Si’, que fala sobre o cuidado com a casa comum”, disse.  

Os seminários contaram com a presença de especialistas, que fizeram memória ao crime ambiental que atingiu a bacia do Rio Doce em novembro de 2015 e apresentaram pareceres científicos sobre o clima, lideranças indígenas e pessoas atingidas, que fizeram depoimentos e levantaram uma discussão sobre a relação dos povos originários com a natureza.   

Na ocasião, a Adai,  foi representada pelos coordenadores técnicos de cada território. Hugo Rocha, coordenador territorial da Adai no município de Colatina, destacou que a assessoria foi convidada para apresentar dados técnicos do processo do desastre. “É importantíssimo para nós da Assessoria Técnica Independente dos atingidos e atingidas participar do espaço da Romaria, para apresentar a assessoria técnica e também poder contribuir com o debate para construção da reparação integral, que é direito das atingidas e atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco”, afirmou.  

 

Encerramento da Romaria  

No dia 18 de junho, em Regência, litoral de Linhares, onde o Rio Doce deságua, será realizado o encerramento da Romaria, que deve receber caravanas de Minas Gerais e de todo o Espírito Santo.  

 

Programação do encerramento 

Horário: início as 7h com acolhida, na praça principal de Regência 

 – Santa missa  

️- Caminhada pela foz do Rio Doce  

– Colocação da cruz  

– Exposições, vivências e apresentações culturais