Aconteceu nessa semana o 1º Encontro de Capacitação do Projeto “Tecnologias Sociais para a Redução do Desmatamento” em Altamira (PA). O encontro reuniu agricultores dos municípios de Altamira, Brasil Novo, Vitória do Xingu, Itaituba, Trairão e Rurópolis, no oeste do Pará, além da equipe técnica do projeto.

Na atividade, os participantes tiveram a oportunidade de discutir a importância da agricultura familiar para o desenvolvimento sustentável na região, além de saber mais sobre práticas agroecológicas. Além disso, planejaram os próximos passos para a implementação do projeto em cada comunidade beneficiada.

O professor Anderson Serra, do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Pará, trouxe para a atividade o conhecimento elaborado em sua pesquisa de doutorado sobre a agricultura familiar na região.  Segundo ele, a agricultura familiar praticada em pequenas propriedades está cedendo espaço para o modelo de grande propriedade. “Nosso modelo de agricultura está perdendo espaço e nesse contexto temos que fazer o debate de qual a contribuição dos diferentes tipos de agricultores para o desenvolvimento social e sustentável”.

 

 

Uma das participantes da atividade é a agricultora Francisca Josélia, que vive na comunidade Pioneira, em Altamira, uma das primeiras a serem criadas no processo de colonização às margens da rodovia Transamazônica, em plena ditadura militar. Para ela, o projeto, “além de melhorar a alimentação e contribuir para a segurança alimentar das famílias, também vai gerar renda, porque o excedente vamos vender e assim beneficiar também os consumidores, que vão encontrar no mercado um produto orgânico, sem defensivos”.

No oeste do Pará, 90 famílias serão beneficiadas com os kits PAIS (sigla para Produção Agroecológica Integrada e Sustentável, modelo de horta orgânica circular com galinheiro no centro) e irrigação (com placas solares) do projeto.

Segundo Emílio, técnico do projeto na região de Itaituba, um dos principais desafios a serem enfrentados nesse momento é conseguir a dispensa da outorga de água para o projeto, uma exigência da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará. A equipe técnica está procurando dialogar com a Semas para solucionar essa questão.