Durante o dia de terça-feira, 05 de março, pescadores e pescadoras da Associação Renovo do Vale ocuparam a sede da Fundação Renova em Baixo Guandu. A reivindicação foi pela agilidade no pagamento do lucro cessante referente a 2023 aos pescadores e pescadoras, correspondendo à renda da atividade produtiva que deixaram de ganhar como consequência direta do rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais. 

De acordo com os pescadores e pescadoras, a fundação tem até o dia 31 de março para entrar em contato com as pessoas e fazer uma proposta. No entanto, eles afirmam que, após a ligação da Renova e a aprovação da proposta, as pessoas têm esperado cerca de 90 dias para receber. Além disso, até o momento, apenas três pescadores receberam essas ligações. 

Durante a tentativa de diálogo no escritório da Renova para obter uma resposta concreta, alguns pescadores receberam ligações da Renova para resolver situações isoladas sobre o pagamento do lucro cessante. O presidente da associação, Wellington Pereira de Carvalho, afirmou: “Até agora, a Fundação Renova está tentando nos enrolar, dizendo que até quinta-feira vai dar retorno sobre o lucro cessante. Como não confiamos apenas na palavra dessa empresa, só vamos sair daqui do escritório da Fundação Renova com um documento assinado pela própria fundação, por pessoas que têm poder de decisão. Caso contrário, não sairemos do escritório da Fundação Renova,” destacou o pescador.

Negociação 

Após mais de 9 horas de ocupação do escritório e diálogo com a Fundação Renova, a Associação de Pescadores e Pescadoras Renovo do Vale enviou uma lista com 24 associados que ainda não haviam recebido a ligação da Renova referente ao pagamento do lucro cessante, e ficou acordado que todos os pescadores e pescadoras associados da Renovo do Vale iriam receber uma ligação na manhã da quarta-feira (06), com o retorno para informar sobre o status dos pescadores para saber se estavam aptos a receber o lucro cessante. 

Ao final da negociação, o presidente da Associação Renovo do Vale, Wellington disse que “não estamos satisfeitos com o não recebimento do documento afirmando o acordo, mas daremos um voto de confiança para a Fundação Renova, e que até dia 18 de março todos os pescadores e pescadoras recebam a ligação de agendamento do recebimento do lucro cessante até dia 31. Se não, vamos unir forças com outros municípios que estão em situação igual para uma reivindicação maior,” concluiu o representante dos pescadores e pescadoras. 

A Fundação Renova se recusou a entregar um documento que comprovasse que o pagamento será efetuado até o dia 31 de março, mantendo apenas a afirmação verbal do atendimento da Michele Souza e Daniel Nunes, ambos responsáveis pelo Diálogo Social da Fundação Renova em Baixo Guandu e região. 

A pedido dos atingidos e atingidas, os técnicos da assessoria da Adai acompanharam a ocupação e a negociação entre a Fundação Renova e os pescadores da Associação da Renovo do Vale.”