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Neste sábado (5), foi celebrado o Dia da Amazônia, data considerada importante para o conjunto dos atingidos por barragens, que entendem a defesa da Amazônia como a defesa da vida como um todo.

Famílias de agricultores e agricultoras beneficiárias do Projeto “Uso de Tecnologias Sociais para Redução do Desmatamento” se uniram às ações em vários Estados. Por conta das restrições impostas pela pandemia de Covid-19 no mundo, as ações neste ano foram diferentes de outras edições. Sem gerar aglomerações e cumprindo de forma rígida os protocolos de saúde, as famílias de várias regiões da Amazônia distribuíram e plantaram mudas nativas, destacando a importância da luta pela defesa da floresta. 

A denúncia das queimadas com o avanço do desmatamento ilegal e, por consequência, a expulsão e morte das populações locais como indígenas, quilombolas e ribeirinhos foi o ponto central dos eventos, que contaram com a participação de lideranças locais, moradores da Amazônia, além de ativistas e artistas apoiadores da causa.

Dados divulgados no mês de agosto pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) dão conta de um aumento de 28% no índice de queimadas na floresta no mês de julho – foram 6.803 focos de incêndio em 2020, contra 5.318 focos registrados no mesmo mês em 2019. Os dados referentes ao mês de junho apontam o pior mês dos últimos 13 anos.

A ameaça do avanço do desmatamento tem uma relação profunda com a vida da população que habita os nove estados da região, em especial, os povos que estão presentes na floresta. Um dos principais objetivos do projeto executado pela Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI) é justamente a luta contra o desmatamento e a garantia da permanência das comunidades tradicionais nos territórios.

O projeto é uma conquista das famílias atingidas por barragens e vem sendo implementado nos estados do Pará, Rondônia, Mato Grosso e Tocantins, beneficiando diretamente 240 famílias, através da Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI), com uso de recursos do Fundo Amazônia. Até o momento, as 240 famílias já plantaram mais de 36 mil mudas de árvores nativas, e o trabalho vem sendo realizado no sentido de ampliar ainda mais os plantios, que além de recuperar áreas, serve como um importante espaço de conscientização ambiental, tanto para essas famílias como para outras que vivem nesse território.