Povo atingido pem marcha fecham as ruas e recebem apoio do povo


O Pico do Ibituruna, o Rio Doce e o povo atingido testemunharam a unidade organizativa que pauta uma repactuação com a participação popular.

 

Neste dia 31 de agosto, Governador Valadares ganhou um Rio de muita gente. O Povo Atingido do Rio ao Mar marchou em busca de seus direitos, por indenização justa, já!  Uma das palavras de ordem que ecoou durante a caminhada e que representa a persistência do povo nos quase 8 anos depois do desastre: “A luta continua, o povo tá na rua!” 

 

Atingidos e Atingidas de toda bacia do Rio Doce e litoral capixaba dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, exigiram repactuação com participação popular e justiça para todas as pessoas atingidas pela lama da Samarco, Vale e BHP Billiton com rompimento da Barragem de Fundão.   

 

Nesse ato de luta, esperança e unidade de mais de 3.000 pessoas, organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) se somaram, na ousadia de buscar reparação justa, contando com o apoio da sociedade civil não atingida, dos movimentos sociais, das instituições e organizações populares.    

 

Para Heider Boza, da coordenação do MAB no estado do Espírito Santo, a repactuação representa mais que um momento de negociação de pautas “Esse é um momento histórico no qual o povo precisa ser ouvido, uma repactuação sem povo não serve ao povo. Por isso marchamos e reivindicamos nossos direitos”. Pontuou, Heider. 

 

Durante a marcha também teve um espaço de escuta e recebimento de pautas e demandas do povo atingido por representações ligadas aos poderes Legislativo e Judiciário, em nível federal e estadual, por parte do Adjunto do Advogado-Geral da União Junior Fideles, Kelli Mafort da Secretaria Geral da Presidência e Carolina Morishita da Defensoria Pública de Minas Gerais.   

 

No momento de entrega de carta contendo pautas dos atingidos e atingidas para o presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, o povo reafirmou que repactuação justa só se faz com a participação popular. Junior Fideles e Kélli Mafort representando órgãos do governo federal se comprometeram em ser ponte com esse rio de gente e deixar fluir as pautas para as instancias responsáveis. “A carta chegará às mãos do presidente Lula e seremos porta voz dessa luta”. Afirmou Fideles. 

 

Kelly Maforte, destacou que: “Esse é um momento histórico, pois o que diferencia de outros momentos é que dessa vez, todos os esforços do governo federal vão no sentido de garantir a participação social na repactuação. São quase 8 anos desde o crime e sabemos que o tempo não vai voltar. Muitas vidas e histórias se foram, e muitos prejuízos econômicos e ambientais se acumularam. O povo sofre até hoje com a falta de uma reparação justa, mas estamos aqui, empenhando nosso compromisso para ajudar a reescrever essa história”. Ela que estava representando a Secretaria Geral da Presidência na “Caminhada por indenização justa já!”

 

Neste dia o Pico do Ibituruna, o Rio Doce e o povo atingido testemunharam a unidade organizativa que pauta uma repactuação com a participação popular. Um rio é muita gente, é meio ambiente é biodiversidade. E com essa simbologia de esperança para os novos tempos depois de quase 8 anos do desastre que segue devastando a bacia do Rio Doce e o litoral capixaba, ecoou o grito “Do Rio ao mar, não vão nos calar!” 

 

Nós, que fazemos parte da Assessoria Técnica do Atingidos e Atingidas da Adai estivemos nesse momento histórico atendendo ao pedido das comunidades dos territórios em que estamos presentes, e reafirmamos que a repactuação Rio Doce é uma oportunidade histórica de garantia dos direitos para os atingidos e atingidas e também para história e clamor de justiça de todo o Brasil em relação às empresas responsáveis pelo desastre.   

  

Do Rio ao Mar: Nossos direitos, já!