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Aconteceu entre os dias 02 a 05 de abril de 2019, no Campus JK da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) em Diamantina, estado de Minas Gerais, o Seminário Regional “Com quantos quilos de medo se faz uma tradição?”, tendo como organizadores o Observatório das Vidas e do semiárido Mineiro, Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (AEDAS), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Programa Pesquisa e Desenvolvimento P&D, Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a própria UFVJM.

A atividade contou com a participação de cerca de 140 pessoas, em sua maioria juventude de diversas organizações sociais, estudantes, professores e representantes das entidades organizadoras do evento. 21 municípios da região estiveram representados.

No segundo dia da programação, Gilberto Cervinski, coordenador do Projeto “Construção de diretrizes na abordagem de um novo marco regulatório na geração de energia distribuída”, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI) junto às populações atingidas por barragens, expus sobre “modelo energético e desenvolvimento”. Além desse tema, a questão agrária e mineração; gênero, movimentos sociais e agroecologia e o tema desenvolvimento, água e movimentos sociais foram debatidos durante o seminário.

Segundo os organizadores, o evento faz parte do acordo de Cooperação Técnica Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) nº 03/2018, celebrado entre a UFVJM e a Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (AEDAS), que tem por finalidade a colaboração mútua na realização de atividades de pesquisa, ensino e extensão relacionadas com a região de atuação das duas entidades, colocando em discussão os processos históricos e geográficos, a memória e resistência do povo, as reivindicações por direitos humanos, assim como o acesso à terra e à água, e as desigualdades sociais, de gênero, étnico-racial, regionais, que estruturam a sociedade brasileira e a divisão internacional do trabalho submissa à ordem mundial.

Para Gilberto Cervinski, a atividade mostrou as contradições existentes na implementação dos grandes projetos de infraestrutura na região, na maioria por empresas privadas, que causam grandes impactos sociais, ambientais, culturais e econômicos para as famílias que residem historicamente na região. Além disso, Cervinski salientou que o seminário “conseguiu debater essas questões centrais e mostra a necessidade da população debater os problemas e apontar soluções, a partir de uma lógica diferente à apresentada por governos e empresas privadas”.

A ADAI desenvolve a partir do convite da Associação Estadual de Defesa Social e Ambiental/AEDAS – P&D Nº 04/2018, proposta vinculada ao produto de elaboração de um marco regulatório na geração distribuída, contribuindo para o debate e formulações de alternativas para o múltiplo aproveitamento energético em reservatórios de usinas hidrelétricas na região do semiárido mineiro.

Foto: Nilmar Lage.