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Inserção Territorial 

Após quase oito anos desde o rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais, a Assessoria Técnica Independente dos Atingidos e Atingidas (ATI) da Adai iniciou o processo de inserção na região do baixo Rio Doce em março de 2023. São seis territórios no Espírito Santo: Baixo Guandu, Colatina, Linhares, Litoral Norte (Conceição da Barra e São Mateus), Povoação e Regência.

Nesse período, a cada atividade de campo, visita, reconhecimento de área e/ou conversas individuais, notou-se a devastação ainda presente no cotidiano das pessoas atingidas, que mesmo com as mazelas que se somaram no último período, têm se animado, com entusiasmo para se organizar e continuar na luta por seus direitos.    

 

Reuniões de Apresentação 
Foram realizadas reuniões de apresentação nos territórios, que fortaleceram laços e reafirmaram o papel da assessoria dos atingidos e atingidas na luta pela reparação justa. Se consolidaram espaços de diálogo, escuta e acolhimento das demandas vindas dos moradores. 

 

Grupos de Atingidos e Atingidas (GAA) 

Formados após as apresentações, os Grupos de Atingidos e Atingidas (GAA), são espaços em que a pauta econômica foi discutida como prioritária no trabalho da assessoria, e dela se refletem questões ambientais, sociais, políticas, de gênero, raça, intergeracionais e de saúde da população e meio ambiente atingido. 

O levantamento em campo, junto às famílias, e os dados colhidos pela equipe de Economia, Trabalho e Renda (ETR) da Adai, confirmam que o atual processo indenizatório é excludente, em especial com as mulheres, desigual e pouco transparente, além de apresentar inúmeras falhas. 

 

Encontros de Agentes Multiplicadores (AGM) 

Com os grupos formados, os atingidos e atingidas selecionam representantes em cada comunidade, responsáveis por multiplicar as demandas locais, nos Encontros de Agentes Multiplicadores, que levantam as pautas prioritárias de cada território na busca por reparação. 

 

Seminários “Nossos Direitos Já! Barragem de Fundão: A hora de mudar é agora!” 

A próxima etapa será no mês de julho, com os seminários “Nossos direitos, já!”, que serão realizados nos territórios de atuação da Adai no Espírito Santo, e contam com representações políticas, de movimentos sociais, organizações não governamentais, da população atingida pelo rompimento da barragem de Fundão e sociedade civil.  

Nos seminários serão apresentadas a contextualização dos acontecimentos, os limites dos programas e novas propostas, as decisões judiciais e o que pode mudar nesta situação, incluindo a chamada repactuação. Será um momento para refletir a necessidade de um “novo” processo indenizatório, que ouça, respeite e atenda às reivindicações dos atingidos e atingidas, que os e as indenize com valor justo para todos, que crie e repasse um valor mensal (Programa Auxiliar) que permita a sobrevivência das famílias neste momento de dificuldade que passam.  

 

O projeto Rio Doce da Adai segue na busca e na luta pela reparação digna e integral para todos.  

A participação de toda a sociedade é fundamental na luta da população atingida!