No próximo dia 05/11, irá completar 3 anos o maior crime ambiental já visto no Brasil, devido ao rompimento da Barragem de Fundão em Minas Gerais, desastre este que devastou populações inteiras no Vale do Rio Doce, deixando um rastro de destruição por onde o rejeito passou, alastrando a contaminação para o estado do Espírito Santo e de acordo com diversos estudos o impacto continua avançando para outros estados, aumentando a responsabilidade da Vale/Samarco/BHP sobre a vida dos atingidos e atingidas.

O Fundo Brasil de Direitos Humanos, entidade responsável por coordenar os processos de escolha das entidades de assessoria técnica, coordena cada fase com atenção, sempre sobre a direção das Instituições de Justiça, e desde então, as etapas foram: abertura da chamada pública, credenciamento das entidades sem fins lucrativos, envio da proposta preliminar do plano de trabalho, e a avaliação técnica dos planos enviados. É importante ressaltar que os planos de trabalho foram previamente elaborados de maneira ampla e participativa junto aos atingidos por meio da Comissão de Atingidos de cada território. Até o presente momento, o Fundo estabeleceu para o final de outubro e todo o mês de novembro e dezembro, o momento para as apresentações dos Planos e escolha das Assessorias nos territórios do estado do Espírito Santo.

Adai nos territórios 

Desta forma, a ADAI, que já se fazia presente neste estado desde que o desastre ocorreu, é uma das entidades que se coloca como opção de escolha para atuar em favor dos atingidos com assessoramento técnico nos oito territórios.

Dos oito territórios, o primeiro município a passar por esta etapa foi o território de Colatina e Marilândia. Este momento foi considerado como um marco na conquista de luta dos atingidos, que há quase 3 anos apontam e reivindicam o direito de obter assessoria de qualidade, independente e de confiança dos atingidos nas regiões.

A ADAI foi a entidade escolhida pelos atingidos e reafirmou perante todos e todas presente que é entidade idônea, experiente no desenvolvimento das assessorias e que executará a Assessoria com metodologia participativa e popular. O Plano de Trabalho apresentado pela entidade foi aprovado pelos atingidos por refletir os pleitos do território em questão.

Seguindo o segundo dia de processo de escolha das entidades credenciadas pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos no estado do Espírito Santo, hoje, dia 01 de novembro a apresentação do Plano de Trabalho, aconteceu na aldeia Pau-Brasil, território indígena dos Guarani – Tupiniquim. Na ocasião, estiveram presentes o procurador da República no território de Linhares, o Fundo Brasil de Direitos Humanos, o Ministério Público, a Defensoria Pública do ES, lideranças e demais representantes das aldeias e as entidades proponentes, dentre elas, a ADAI, que foi a segunda entidade a apresentar.

 Houve debate e perguntas sobre as dúvidas da comunidade. As falas que se seguiram apontaram a ADAI como a preferida dos indígenas para atuar nas 12 aldeias impactadas pelo desastre da SAMARCO.

Nos próximos dias, a ADAI seguirá participando desse momento importante das apresentações e escolha das assessorias para os demais territórios, por entender que cumpre fielmente com seu estatuto, sendo entidade autônoma e de defesa dos direitos dos atingidos e atingidas. Onde tem famílias atingidas, a ADAI busca estar presente, para incentivar sobretudo, sua auto-organização, promoção e reparação dos direitos violados!