Da lama do desgosto, da saudade e da dor à luta por reparação e justiça!

25 de janeiro de 2019, um estouro, um som ensurdecedor: acontecia o rompimento da Barragem da Vale Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, Minas Gerais (MG). O estrondo silenciou, matou 272 pessoas. A lama lavada de sangue e dor atingiu a Bacia do Rio Paraopeba e Lagoas Três Marias que choram as vidas ceifadas.

Os rejeitos alcançaram cerca de 300 quilômetros de distância do local da barragem, o que causou danos ambientais, sociais e econômicos a 26 municípios de MG. Passaram 5 anos e a dor permanece, corpos seguem desaparecidos e 3 vítimas nunca encontradas.

O impacto na água, terra, animais e plantações e vidas humanas persistem, são muitos os danos, materiais e imateriais.

Em 2021, um acordo de reparação pelos danos causados foi assinado pela Vale, Ministério Público, Defensoria Pública e o Governo de MG. No acordo está previsto o pagamento de quase R$ 38 bilhões em projetos na Bacia do Paraopeba. Um estudo publicado pelo Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab), mostra que dos 319 processos julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) entre janeiro de 2019 e março de 2023, 75% foram de decisões desfavoráveis aos atingidos. A justiça de Minas cortou em até 80% o valor das indenizações, após recursos da mineradora.

Nenhum valor em dinheiro suprirá o valor das vidas, memórias, ambiente saudável e história do povo que um dia ali foi feliz, partilhou e sonhou. Mas é de extrema importância que recebam indenizações “justas e proporcionais” aos danos sofridos e os responsáveis pelo rompimento sejam responsáveis e busquem maneiras de evitar a repetição dolorosa da história.

A Adai, enquanto assessoria do povo atingido pelo rompimento da Barragem de Fundão, barragem e lama que devastou e devasta vidas e meio ambiente até hoje, reafirma seu compromisso com a população atingida. E destaca que reparação justa é direito, assim como a dignidade de viver e ter acesso a água de qualidade do Rio ao Mar.

O povo segue em luta por reparação justa. E nessa luta se faz urgente e necessária a implementação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas – (PNAB) enquanto instrumento de direito para Mariana, Brumadinho e todos os territórios atingidos no Brasil.

Precisamos garantir a reparação integral do direito individual, justo e coletivo. 

#OLucroNãoValeAVida