Seminário, organizado pelo Ministério de Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), aconteceu em Alter do Chão (PA) entre os dias 16 e 18 de julho de 2025, reunindo gestores públicos, pesquisadores, ribeirinhos, extrativistas, povos tradicionais e beneficiários de programas sociais para debater um paradoxo que marca a realidade amazônica: os desafios do acesso à água em uma região que concentra a maior disponibilidade hídrica do país.

Em plena Amazônia, onde a água é abundante, o acesso a ela ainda é um desafio. Pensando nessas barreiras, o distrito de Alter do Chão, em Santarém (PA), foi o cenário de um importante seminário do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), “Acesso à Água na Amazônia em um Contexto de Mudanças Climáticas”. O evento reuniu gestores públicos, pesquisadores, ribeirinhos, extrativistas, povos tradicionais e beneficiários de programas sociais para discutir um dos maiores problemas da região: como garantir o acesso à água em um território que concentra a maior disponibilidade hídrica do Brasil.

Tecnologia social na Terra Indigena Tupinambá aldeia Pajurá, que foi apresentada no seminário.  Foto: Comunicação Memorial Chico Mendes

A programação do seminário contou com uma série de painéis que exploraram, sob diferentes perspectivas, os múltiplos desafios relacionados ao acesso à água na região amazônica. Logo no início, os debates destacaram as especificidades territoriais da Amazônia, com análises sobre o comportamento hídrico de suas bacias e os relatos de povos indígenas e comunidades tradicionais. As discussões evidenciaram os obstáculos geográficos, políticos e sociais que comprometem o acesso à água limpa — mesmo em uma região onde a abundância hídrica é uma das maiores do planeta.

Foi nesse contexto que se destacou o Sanear Amazônia, projeto que tem como missão central restaurar a dignidade e transformar a qualidade de vida das populações amazônicas por meio do acesso a tecnologias sociais de água limpa e saneamento básico. Em Rondônia, a iniciativa tem avançado como uma resposta concreta aos desafios enfrentados por comunidades isoladas, promovendo inclusão, saúde e bem-estar, onde historicamente faltaram políticas públicas estruturantes.

Com a missão de devolver dignidade e transformar realidades, o projeto Sanear Amazônia busca melhorar profundamente a qualidade de vida das comunidades, garantindo o acesso essencial à água potável e a serviços de saneamento básico, que promovam saúde e bem-estar para todos. O projeto está dentro do Programa Cisterna do Governo Federal, uma política pública do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), executado nas regiões Norte e Nordeste, em parceria com Conselho Nacional dos Extrativistas (CNS) e o Memorial Chico Mendes, com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3).

Em Rondônia, o projeto Sanear Amazônia é executado pela Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI) e Instituto Vitório Régia, em parceria com o Movimento das Atingidas e  Atingidos por Barragens em Rondônia (MAB).

A coordenadora do projeto pela ADAI em Rondônia, Vao Oliveira, esteve presente no seminário e destacou a importância do momento: “Nós vivemos um processo de crise intensa em Rondônia. Os dois últimos anos foram muito trágicos, principalmente para a população tradicional, ribeirinha e atingida. Passamos por situações dificílimas, nos anos anteriores, e as previsões para esse ano são gravíssimas. Nos preocupa muito o acesso à água potável e saneamento na Amazônia, porque Porto Velho (RO) por exemplo, encabeça os piores índices de acesso à água potável e saneamento.”

Vao finalizou destacando o andamento do projeto nas comunidades do Alto, Médio e Baixo Madeira, de Porto Velho (RO), articulados pela ADAI. “Então, levar essa política pública às nossas comunidades ribeirinhas e atingidas por barragens, é simplesmente um ato revolucionário. Nós estamos visitando as comunidades e o programa está sendo muito bem recepcionado.”

Foi com a força da organização comunitária e a luta coletiva do MAB que o programa Sanear Amazônia chegou, promovendo participação das comunidades e melhoria na qualidade de vida.

Comunidades ribeirinhas resistentes, água e saneamento presente!

Comunicação Memorial Chico Mendes e Comunicação MAB RO