ADAI e MAB realizam primeiras Assembleias Comunitárias Territoriais do projeto Sanear Amazônia

O projeto Sanear Amazônia leva água potável e saneamento a comunidades ribeirinhas, garantindo dignidade e justiça social

A Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI), em parceria com o Movimento das Atingidas e Atingidos por Barragens (MAB), realizou nos dias 19 e 22 de junho as primeiras assembleias comunitárias Territoriais, fase inicial do Sanear Amazônia.
As atividades tiveram início na quinta-feira (19/06), com encontros realizados nos turnos da manhã e da tarde, de forma a facilitar a participação e o deslocamento das famílias. Nessa primeira rodada, foram mobilizadas as comunidades de Boca do Jamari, Brasileira, Terra Firme, Cavalcante, Bom Será I e Bom Será II.

O segundo momento ocorreu no domingo (22/06), com a presença de moradores das comunidades de Betel, Paulo Leal e Belmonte, fortalecendo o processo de escuta e diálogo com os territórios.

As assembleias reuniram cerca de 220 pessoas e possibilitaram a realização do pré-cadastro das famílias contempladas pelo Sanear Amazônia. Iniciativa que visa garantir o acesso à água de qualidade e ao saneamento básico para comunidades da região amazônica. Com protagonismo popular e construção coletiva, o projeto reafirma o compromisso da ADAI e MAB com a justiça social, o direito à água e a dignidade das populações atingidas.

“O Programa nasceu em 2003, no entanto, atendia apenas as comunidades do nordeste. O programa veio para a Amazônia em 2013, porém, em Rondônia, está chegando apenas agora, após as lutas sociais do MAB. Para a implementação do projeto serão realizadas três fases, sendo a primeira a mobilização, seleção e cadastramento das comunidades, seguindo para a capacitação técnica e de gestão da água e saúde ambiental, finalizando com a implementação das tecnologias sociais”, explicou Vao Oliveira, coordenadora do projeto Cisternas – Sanear Amazônia em Rondônia.
Durante os encontros, os moradores foram apresentados ao Programa Cisternas, com explicações sobre o funcionamento da tecnologia social, o processo de cadastramento, implementação , prazos previstos e critérios para participação. Também foi realizada a escuta das comunidades sobre a aceitação e disposição para receber o projeto Sanear Amazônia, respeitando o princípio do consentimento comunitário.
As assembleias marcaram uma etapa fundamental do projeto, promovendo a participação e inclusão das comunidades, refletindo o compromisso do movimento em proporcionar transparência e construção coletiva no processo. Além disso, a equipe técnica do projeto foi apresentada à comunidade, fortalecendo o vínculo e início da jornada de trabalho conjunto.
“Na seca a gente enfrentou uma dificuldade, ficou muito seco o rio, não tinha água potável e a gente não tem. Então, foi muito difícil para nós, enfrentar essa luta. Aí veio a cheia, e a dificuldade se tornou mais ainda, porque o rio poluído, água muito suja, a gente precisava de água limpa para fazer comida, lavar, beber. Sobre as Cisternas, isso vai melhorar muito a vida da gente, porque a gente não vai mais precisar que as pessoas que trazem água, a gente vai ter um lugar com água potável, água limpinha. Está sendo um projeto muito bom”, contou Ednalda Pereira dos Santos, da comunidade Boca do Jamari.

O projeto Sanear Amazônia em Rondônia é fruto da luta e organização do MAB frente às necessidades das famílias atingidas tanto pela seca, quanto pelas enchentes. Diante dessa realidade o MAB apresentou essa demanda para o governo federal, sendo atendida pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). A realização do projeto na Amazônia faz parte do convênio do MDS com o Memorial Chico Mendes, em parceria com a ADAI e Instituto Vitória Régia.
A ADAI é responsável pela implantação de 398 tecnologias em nove comunidades ribeirinhas. Enquanto o Instituto Vitória Régia, do Pará, implantará as demais 402. O Programa Sanear Amazônia atenderá 800 famílias no estado.
A segunda fase será desenvolvida ao longo dos meses de junho e julho, em que os coordenadores locais visitarão as famílias de cada região participantes, verificando quem está apto a participar e concluindo o cadastro. Concluídos esses momentos, o projeto avançará para a etapa de implementação das tecnologias sociais, iniciando a construção das estruturas previstas. A primeira comunidade beneficiada será a de Paulo Leal, com entrega até o final do mês de agosto.
O programa Sanear Amazônia tem como propósito fundamental promover dignidade e melhorar a qualidade de vida das populações amazônicas, assegurando o acesso à água potável e a serviços adequados de saneamento básico.